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sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Um relacionamento feliz

Ele me olhava profundamente enquanto repetias as mesmas palavras. Eu o ouvia, não o escutava. Suas palavras pareciam emboladas e seu jeito fazia parecer que ele as dizia com um certo medo e temor. Eu tentava me segurar, me manter inteira, mas nada do que eu fiz para me segurar adiantou. Lá vinha ela mais uma vez em meu rosto, percorrendo o caminho de meus olhos, até meu queixo. Elas insistiam encontrar o chão. Eu tentei disfarçar com um sorriso, mas este também falhou. Ele reparou. Ele realmente reparou que aquelas lágrimas traidoras insistiam em cair de meus olhos. E impulsivamente, ele ergueu suas mãos até minhas bochechas, mas antes que eu pudesse sentir teu toque, ele fechou seu punho e deslizou sua mão de volta pra ele. Eu o olhei como se não acreditasse no que eu estivesse vendo, e por apenas um instante, percebi que ele estava no mesmo estado que o meu. Nos olhávamos chocados um com o outro. Eu falava, ele não me ouvia. Ele falava e eu não o escutava. O medo de tê-lo perdido tomou conta do meu corpo e eu tremia enquanto ele tentava pensar em algo a dizer. Eu o poupei de ter de abrir a boca e o beijei. Poderia ser aquele meu ultimo ato impulsivo, poderia ser aquele o meu ultimo tiro em nós dois. Não importa o que poderia ser. Eu quis e fiz. Seus lábios encontraram-se com os meus com a certa intensidade de que eu procurei os dele. Poderia ter me dito qualquer coisa, mas naquele momento, nada do que dissemos fazia sentido algum. Eu podia senti-lo agora mais perto do que um dia ele já esteve. Ele me tocava como se fosse a primeira vez. Nada de ultima, era somente a primeira vez. Eu sorri em seus lábios quando percebi de que ele se arrependeu no mesmo instante que eu. Pude deduzir de que esse não era totalmente o fim de um relacionamento partido, mas sim, um começo de um relacionamento feliz.. até em diante.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Não pelos outros

Estive preocupada com que as pessoas pensariam de mim com tais roupas, com tais estilos de maquiagem, com tais tons de esmaltes, com tais atitudes. Por causa de tal preocupação, eu não prestei atenção em viver. Não prestei atenção no momento em que eu deveria ter sorrido, ter cometido erros, ter recomeçado, pelo medo. Tudo o que eu aprendi foi que não seria feliz aquele que vivesse sem dinheiro no bolso, que esmaltes escuros fortalecem unhas que estão quebrando, que manteiga ou então maionese deixa o cabelo liso, que mentira tem perna curta e criança que mente faz xixi na cama, que se não obedecesse o mais velho o homem do saco estaria lá fora me esperado, que uma fada "má" aparece a noite para pegar as criançinhas acordadas até tarde. Se eu fosse escutar tudo o que me dizem, eu não saberia se isso seria uma verdade ou então um mito popular. Porém, eu não consegui ter todas as experiencias por medo. Preocupação mais uma vez. "O que as pessoas pensariam de mim?". Essa sempre foi a pergunta que passava pela minha cabeça antes de fazer e me tornar algo.
Cansei de ter vivido por bases, eu quero a minha experiencia e a minha opinião. Cansei de fatos mal contados e perguntas sem respostas. Cansei de chorar por medo e não saber o que é real ou mito, já que um mito é a base de uma meia verdade. Ah! Cansei disso também. Meias verdades. Eu quero a verdade, eu quero mais, eu quero viver do jeito que eu quero, não pelos outros.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Se fosse possível

Diante de todos e do caixão ainda aberto, ela alisava com bastante calma todas as linhas da face do rosto dele. As lágrimas rolando por seus olhos, mas nenhum barulho que a traísse que estava chorando. Por fim, ela fez cafuné de leve no morto e o beijou lentamente, como se ela pudesse se agarrar a este beijo, se agarrar a todas as lembranças que os dois viveram, até quando ela viver.
Ela sorria agora. Encaminhou-se a mim e disse as palavras mais verdadeiras que alguém poderia dizer sobre esse casal.
- Sabe Carlos, esse homem veio ao mundo somente para me amar.
Era verdade. Eu jamais havia visto um amor como o deles. Não deixavam de sair, não deixavam de se ver, as brigas não existiam, eles faziam tudo um pelo outro, ele a olhava como se fosse a única, a mais importante. Ele a olhava como se fosse um cego olhando o sol pela primeira vez. A amou mais que as crianças deles, mais que os pais, mais do que alguém possa imaginar. Algo que talvez pareça engraçado é o modo de como eles sabiam que o tempo deles era curto, e por isso, aproveitaram o amor da melhor maneira possível. A única mulher que eu conheço que amou somente um cara e que casaria e amaria esse homem tudo de novo se fosse possível.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Hei garoto

Hei garoto, eu nunca precisei que você mudasse por mim, tão pouco precisei que você agisse desse jeito. Hei garoto, você nunca me olhou como eu queria. Hei garoto, não queria que tudo acabasse assim. Hei garoto, você queria saber meus sonhos... Parte dele é você conseguir me entender e não ter a obrigação de me amar. Hei garoto, eu nunca te obriguei a me amar. Hei garoto, eu sempre estive pensando em você. Hei garoto, me desculpe por ter feito você achar que amor é apenas jogo de menininhas. Hei garoto, você nunca soube me entender. Hei garoto, quando é que você vai olhar pra mim do jeito que eu pretendia? Hei garoto, você sempre perguntou o que eu estava pensando, mas nunca parou ao menos pra tentar saber. Hei garoto, você sempre disse que me amou, mas nunca disse isso aos meus olhos. Agora me diz garoto, eu nunca fui boa o suficiente pra você? Eu nunca cheguei aos pés da mulher que você dizia que eu era? Hei garoto, pare de fingir e me escute. Eu estou aqui não estou? Hei garoto, você realmente me amou? Hei garoto, porque você foi embora? Hei garoto, não precisava fugir. Hei garoto se um dia eu te amei, hoje eu me arrependo. Hei garoto, pode voltar aos teus jogos.

Conversar sobre tudo

Ontem eu e o Luís terminamos. Mais uma vez. Dessa vez diferente, acho que é pra sempre. Ele trouxe, solta no bolso, a minha carteirinha de estudante (que ficava dentro de sua carteira para o cinema). Prova da decisão pensada, ponderada e irrevogável. Decisão decidida. E eu? Sem chão, sem saber o que dizer, pensar e sentir.
Na dúvida, não disse nada (quase nada), entendi que eu não sirvo mais pra ele e senti tudo ao mesmo tempo: amor, raiva, ciúme, frustração, vontade de querer ficar e de querer partir. Ele foi embora.
No desespero, telefonei. Uma, duas, na terceira ele atendeu. Nem consegui falar. Não suportei ouvir. Desliguei. Durante a longa noite, sozinha, quieta, chorando, pensei, pensei, pensei. É difícil conceber a idéia de viver sem ele. Vai ser impossível apagar a lembrança daqueles olhos miudinhos e do sorriso fácil. Tantas lembranças, tantas vontades, tantas possibilidades... tudo pelo ralo. Tudo jogado ao vento e um sentimento de derrota que me coloca num redemoinho de terror, medo e solidão. Mas ele havia me prometido não me deixar. Jurou que nada nos separaria. Liguei novamente. Gentil, pelo telefone, ele me explicou tudo de novo e mais uma vez disse que não formávamos mais um par. “Você vai encontrar alguém.”
Então desesperada, sai, não tinha pra onde correr, mais tinha que respirar. Não sabia aonde, como, nem quando, mais tinha que voltar pra ele, ele era tudo pra mim, meu céu, meu porto seguro, não conseguia viver sem ele, e ele jurou que nada nós separaria, que seria eterno, que fomos feitos um para o outro, e tantas juras de amor jogado fora, eram apenas palavras, que o tempo ira apagar. Ele era meu, tinha que ser meu, não podia ser de mais ninguém ele era minha cara metade, mais como tudo foi acabar? Falta de dialogo, esse é o problema, quem não conversa não se entende, mais nem sempre houve falta de dialogo entre nós dois, éramos tão amigos, ele era meu melhor amigo, meu fiel companheiro, mais tudo mudou, e hoje não sei como viver sem ele. O Amor olha só o que o amor pode fazer conosco, agora aqui estou eu, no meio da noite sozinha, no meio do nada, e o amor, junto a mim, me tortura cada vez mais, seria bom se o amor fosse como a matemática, um mais um igual a dois, assim tudo teria lógica ,mais não é assim que as coisas acontecem. Andei, andei, andei sem rumo simplesmente andei de repente me deparei com um ser sobre natural, era um senhor de mais ou menos uns 35, 40 anos, ele parecia concentrado no que ele fazia, mais eu não conseguia ver o que ele fazia, queria me aproximar mais estava com medo do que eu encontraria, mesmo assim me aproximei, não tinha nada a perder, a vida não significava mais nada pra mim. Ao chegar perto daquele senhor, me senti completamente leve, era como se eu não estivesse mais naquele lugar, como se eu tivesse sido levada para um lugar sereno, com a brisa leve do mar, mais com o cheiro do campo, ao me aproximar mais um pouco, o senhor olhou pra mim com uma expressão estranha, mais logo se virou por completo, e abriu um enorme sorriso para mim, de repente tive a sensação de estar com meu pai, ela morrera a alguns anos.
- Olá minha doce jovem, como vai?
- É bom, não muito bem e o senhor?
- Não, não me chame de senhor, me chamo Carlos.
- Ah prazer sou Lucia.
- Sim, prazer Lucia. Parece que não está muito bem minha filha, o que te afliges?
- Bom é o fim de um relacionamento, mas...
- Todo relacionamento um dia chega ao fim, essa é a lei da vida minha jovem.
- Mais tudo era tão perfeito, nos últimos tempos estávamos passando por dificuldades mais não havia necessidade de um rompimento.
- Deixe-me adivinhar, falta de diálogo?
- Sim
Não sabia como mais era tão fácil conversar com aquele senhor, era como se estivesse falando comigo mesma.
- É esse é um grande problema entre as pessoas, não só em relações a dois, mais em família também, por exemplo, um filho que não conversa com a mãe, não tem base, um marido sem dialogo com a esposa, não é um bom casamento, se é que me entende.
- Sim entendo aonde você quer chegar.
- Então busque isso na sua vida.
- Mais como o senhor sabe que isso me fará bem?
- Apenas sei, assim como as flores nascem, como o sol nasce todo dia, eu apenas sei que lhe fará bem.
- Mais eu nem conheço o senhor.
- Isso é apenas um detalhe.
Então minha mente foi tomada por uma nevoa branca, eu sentia que estava sento arrastada daquele lugar.
Então eu acordei, e Luís estava ao meu lado, dormindo, será que foi tudo apenas um sonho?
Eu me lembrava nitidamente de tudo que tinha ocorrido, só não jurava que era verdade.
Abracei Luís tão forte, que ele acordou.
- Daqui pra frente vamos conversar sobre tudo.


J. Serena

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Certos detalhes

Eu me lembro de cada detalhe teu. Me lembro de como sorria, me lembro de como você tentava ficar do meu lado sem que ninguém duvidasse sobre nós, me lembro de como você me tocava, me lembro do amor que pairava sobre teus olhos. Me lembro de como você dizia que me amava, olhando em meus olhos. Eu me lembro de todos os detalhes. Quando me perguntavam quem é a pessoa que mais te faz bem, a primeira pessoa que vinha em minha mente era você. Sempre foi você. Mas daí tudo mudou, você foi embora e eu fiquei aqui. Mal sei ao certo se isso foi bom ou se isso foi ruim. Eu só sei que agora que eu te amo de verdade, eu não te tenho mais aqui comigo. Agora eu tenho dúvidas. Muitas até. Será que tudo isso não passou de um sonho? Será que você existiu mesmo pra mim? Será que todos os detalhes mostrados, foram o suficiente para me iludir e depois cair.. voltar pro teu jogo? Será mesmo que tudo o que passei contigo foi uma verdade?
Eu sei que você foi embora, mas não é só por isso que certos detalhes vão junto. Eu te amo e conseguir você agora, é parte do meu jogo. Mas... cadê você? Nunca mais apareceu. Nunca mais me ligou só pra ouvir minha voz ou então pra perguntar se esta tudo bem comigo. Depois do: "Eu te amo" você nunca mais falou comigo. Me desculpe por não ter conseguido te esquecer ainda, se é isso o que você quer. Simplesmente, certos detalhes nunca vão embora. Eu te amo.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Agora, mais do que nunca.

Dessa vez, nós chegamos ao climáx. Parecia tão perfeito para nós que não nos damos conta de todos os defeitos, problemas e confusões arranjadas. Já te disse o quão bom tu é pra mim, mas do que qualquer um. Que eu sinto tua falta é fato, mas não sinto falta do nosso amor, do teu toque, do teu sorriso. Sinto falta do teu companheirismo. Da tua amizade. Assim como você, eu também encontrei alguém. Pode ter durado muito mais tempo que você levou, mas isso não quer dizer nada.
Talvez, enquanto você estava procurando alguém me fazer ciúmes, eu estava procurando alguém pra me fazer sorrir. Talvez, enquanto você procurava alguém pra esquecer os problemas e se divertir, eu procurava alguém pra me entender, me apoiar e estar sempre do meu lado. A cada sentimento, uma companhia.
Eu estava procurando o amor e você a paixão. Durante um bom temo, eu estava procurando alguém que estava ao meu lado e você querendo alguém sempre a mais.
Eu encontrei o que eu sempre quis, e agora, estão tentando tirá-lo de mim. Inclusive você. Mas eu ainda o tenho e não vou deixar que a idéia de perdê-lo prevaleça sobre mim, diante da idéia de tê-lo, independente de tudo. Eu o amo mais do que amei você. Eu o amo e o quero. Eu o amo e isso, ah.. isso basta.
Eu preciso dele para ser feliz. Agora, mais do que nunca.